Tudo começou em uma favela em São Paulo chamada Inferninho. Traduzido literalmente, significa Pequeno Inferno. E Antony dos Santos cresceu bem no meio disso. Cercado por drogas, guerras de gangues, perseguições policiais e assassinatos.
A vinte metros de sua casa, ele lembrou em uma entrevista recente, um jovem Antônio via traficantes de drogas cuidando de seus negócios. “Às vezes”, ele disse à Sky Sports, “você estava assistindo ao jogo em um domingo e havia aquele cheiro de maconha entrando em nossa casa. Houve momentos em que meu irmão, minha irmã e eu chorávamos e nos abraçamos pensando em nossas vidas.”
De viver no inferno, Antônio agora se encontra no céu. E ele também é apontado como o jogador que pode ajudar seu país, o Brasil, a alcançar a terra prometida e levantar a Copa do Mundo em Doha em dezembro.
Desde a Copa do Mundo de 2014, as esperanças de todos os brasileiros repousam em apenas um jogador – Neymar Jr.
Há oito anos, a pressão de jogar na frente dos torcedores da casa quebrou as costas de Neymar. A lesão que sofreu contra a Colômbia nas quartas de final tirou o atacante das semifinais e, sem ele, o Brasil parecia covarde, aguentando a humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha.
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— Antony Santos (@antony00) 4 de setembro de 2022
Na Rússia 2018, um Neymar tropeçando e gaguejando estava apenas começando a encontrar seu passo quando o Brasil enfrentou uma seleção da Bélgica em sua melhor forma e foi eliminado nas quartas de final.
Em novembro, enquanto Neymar ainda será o talismã do Brasil no Catar, ele ficará feliz em dividir os holofotes com Antony, o meio-campista do Manchester United que tem sido o assunto do mundo do futebol desde que saiu do Ajax.
Lute por um lugar no jogo XI
Antony, no momento, não é titular garantido no XI de Tite. Se Vinicius Junior joga na ala esquerda, isso deixaria Antony e Raphinha brigando pela vaga na direita com Neymar jogando pelo centro. Os amistosos do Brasil neste mês contra Gana (24 de setembro) e Tunísia (28 de setembro) podem dar um vislumbre da mente de Tite, mas dada a forma recente, será difícil para o tático ignorar Antony.
Com criatividade magnífica, habilidades sublimes e talento brasileiro exemplar, a ameaça do jogador de 22 anos no flanco direito pode complementar perfeitamente a ameaça que Neymar possui.
O técnico brasileiro Tite. (FILE/REUTERS/Toru Hanai)
Antônio só conhece uma maneira de jogar, principalmente no terço final: “Driblando”, ele havia dito. “é o jeito brasileiro, não é? Dribles, velocidade, marcando gols e comemorando com os torcedores e todo mundo”.
Embora Antony tenha subitamente se tornado o centro das atenções desde sua transferência de € 95 milhões do Ajax para os Red Devils – tornando-o o jogador mais caro do mundo este ano, o segundo jogador mais caro da história do Manchester United e a quarta transferência mais alta na Grã-Bretanha – sua luta é longa, que começou na periferia de São Paulo, no Inferninho.
Pode parecer uma típica jornada de um jogador de futebol brasileiro para a mais recente aquisição do Manchester United. Ser criado nas favelas, depois jogar pelo time brasileiro local antes de impressionar alguns olheiros europeus. Então vem um clube maior e paga uma quantia astronômica para contratá-lo.
conto extraordinário
Embora o pano de fundo da história possa ser o mesmo, o conto de Antônio é bastante extraordinário.
“Passei por muitos, muitos momentos difíceis na minha vida. Sei que este será outro desafio. Eu passei por muita coisa no passado, sem chuteiras, nada para comer, e 3 ou 4 da manhã tirando água da minha casa porque ela tinha alagado. Foram tempos muito difíceis, mas passei por tudo com um sorriso”, disse ele ao manutd.com.
Foi seu irmão, agora seu empresário, que o ensinou a praticar o esporte, driblar e fazer gols.
Em 2010, pouco antes de completar 10 anos, Antony ingressou na formação juvenil de São Paulo.
“Em São Paulo, todos diziam que temos um jogador incrível”, disse o ex-diretor executivo do São Paulo Alexandre Passaro ao podcast da BBC World Football. “Fui lá para vê-lo. Eu vi um menino muito, muito magro, tímido, pequeno. Quando o vi, pensei que talvez estivesse imaginando algo diferente. Mas então, ele começou a jogar. Em campo, ele estava emocionado, muito feliz. Ele tem aquela alegria brasileira de jogar que é difícil de encontrar.”
Depois de se desenvolver em sua academia, Antony estreou em 2018 e seu jogo alcançou uma dimensão diferente. Na temporada de 2019, ele fez 29 jogos, marcando quatro gols e fazendo seis assistências no campeonato, enquanto o São Paulo tropeçou para o 6º lugar. Suas atuações, porém, não passaram despercebidas, e o Ajax veio chamando.
Jogando na ala direita no Ajax, Antony mostrou um nível excepcional de controle próximo. Ele podia mudar de direção muito rapidamente, o que tornava a defesa contra ele um pesadelo. Mais importante, ele jogou com o atual técnico do Manchester United, Erik Ten Hag, que na época era o treinador do Ajax.
O foco extremo de Ten Hag na tática e na técnica é o que realmente transformou Antony no jogador perigoso que ele se tornou, conquistando dois títulos da Eredivisie. Quando ele se mudou para o United, ele sabia que só tinha que colocar Antony em seu time lá.
Trio brasileiro em Old Trafford
Brasileiro Vinicius Junior mostra talento ao estilo Neymar (Fonte: Reuters)
Ter Antony no United também pode ser uma benção disfarçada para Brasil e Tite. Afinal, três de seus quatro meio-campistas jogam em Old Trafford: A nova contratação Casemiro tem sido parte integrante da seleção brasileira, combinando com Fred ultimamente no meio-campo.
Embora eles ainda não tenham começado juntos na Premier League, há muito tempo para novembro. Mais importante ainda, ter Casemiro na equipe ajudará Antony a ficar com os pés no chão. Jovens jogadores brasileiros como Vinicius Jr e Rodrygo no Real Madrid costumam falar sobre como Casemiro os ajudou a manter os pés no chão e conseguiu fazer com que eles não se afastassem. E ele provavelmente fará o mesmo com Antony no Man United.
Com este trio de meio-campo, o Brasil está lentamente se transformando em um time destemido e atacante, mas quanto a Antony, ele está apenas começando.
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Do inferno ao céu: Antony pode ser a peça que faltava no quebra-cabeça para o Brasil de Tite?
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